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02 outubro 2011

Os anjos da guarda...




Desde crianças, nós aprendemos aquela bela oração, singela, inocente: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...”. Pela oração já compreendemos o sentido teológico profundo do ensinamento da Igreja. Os anjos são criaturas do Senhor, criadas por Ele, para que estejam diante dele, adorando-o e servindo-o. No Símbolo Niceno-constantinopolitano (Credo feito em Niceia (325) e Constantinopla (381) e usado na Celebração Eucarística, como opção ao Símbolo apostólico) nós professamos: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis...”. Os anjos são criaturas do mundo invisível, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica: “Finalmente, a palavra “céu” indica o ‘lugar” das criaturas espirituais – os anjos – que estão ao redor de Deus” (CIC 326). É de Santo Agostinho a definição de anjo: “Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro)” (CIC 329, citando Santo Agostinho, Santo Agostinho, Enarratio in Psalmum, 103, 1, 15 – Comentário ao salmo 103, Paulus). Na Bíblia nós encontramos a ação dos anjos, que só podem ser entendidos seguindo essa indicação de Santo Agostinho. Na verdade, os anjos enviados por Deus são sempre mensageiros, que estão dentro de sua Revelação, dentro de seu desígnio de salvação. No Novo Testamento é Jesus que fala dos anjos, dos seus anjos: "Quando o Filho do homem vier em sua glória com todos os seus anjos..." (Mt 25,31). (CIC 331). Continua o Catecismo: Cristo é o centro do mundo angélico. São seus os anjos... São seus porque foram criados por e para Ele: “Pois foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele" (Cl 1,16). Partindo desse ensinamento fundamental é que podemos falar dos “anjos da guarda’. Em primeiro lugar, quem nos guarda diretamente é Deus, ele é o nosso Pai, cuida de nós, pois existimos por sua causa, existimos no grande projeto do Pai, que cria por meio de seu Filho e do seu Espírito Santo e porque cria está no nosso mundo, que é seu, com a sua ação contínua na história da salvação, inaugurada por Ele desde o inicio de tudo. Como na história da salvação, atestada nas Sagradas Escrituras, encontramos a presença, invisível, misteriosa dos anjos, mensageiros, algumas vezes protetores, como no caso de Tobias (cf. livro de Tobias), a Igreja fala dos anjos da guarda. Não o faz para colocar Deus em segundo plano, nem ensina que os anjos são criaturas corporais, mas reconhece que é pela sua bondade, que Deus destina aqueles que são criados por ele para seu louvor e adoração estejam, também ao nosso serviço. E não esqueçamos: É a vós que glorificamos, ao louvarmos os anjos, que criastes e que foram dignos do vosso amor.

A admiração que eles merecem nos mostra como sois grande e como deveis ser amado

acima de todas as criaturas. (Missal Romano, Prefácio dos anjos)

Pe. Paulo Henrique da Silva


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