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24 dezembro 2011

O ano da fé


O Papa Bento XVI anunciou para a Igreja Católica um ano da Fé, através de uma Carta apostólica, Motu próprio Porta fidei. Ele acontecerá de 11 de outubro de 2012 até 24 de novembro de 2013. O ano de 2012 será um ano de grande comemoração. Exatamente, no dia 11 de outubro de 2012 a Igreja celebrará os 50 anos de abertura do Concílio Vaticano II, grande dom do Espírito Santo... grande patrimônio, cheio de riquezas que por muito tempo ainda as gerações hão de haurir (Bento XVI, Homilia na beatificação de João Paulo II, 1 de maio de 2011). Também serão comemorados os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica, considerado pelo Papa Bento XVI o fruto mais importante do Concílio. Embora sejam acontecimentos recentes ainda necessitaremos de mais tempo para estarmos envolvidos pelo espirito e pela dinâmica do Concílio Vaticano II. Inclusive, vemos em nossos grupos, alguns de cunho tradicionalista, uma certa rejeição ao Concílio. Sob o pretexto de que o Vaticano II foi um Concílio pastoral, não definiu nenhum dogma, alguns consideram-no não vinculante. Mas, na verdade, o Concílio Vaticano II é, depois da Palavra de Deus, a carta magna da Igreja para o 3º milênio. No Vaticano II a Igreja se definiu a si mesma, sacramento de salvação. A salvação de todos os homens e de todas as mulheres, que vem da Revelação divina (Dei Verbum), a Igreja a vive e a celebra nos sacramentos, na liturgia (Sacrosanctum Concilium). Ela assume a missão de anunciar essa salvação aos homens e às mulheres de nosso tempo (Gaudium et spes) e com isso proclama Jesus Cristo, luz das nações (Lumen gentium). Essa proclamação sobre Jesus Cristo é missão de todos os batizados, de toda a Igreja que é, por natureza, missionária (Ad gentes), envolvendo os leigos, cristãos e cristãs que vivem no mundo (Apostolicam actuositatem). Mas, não só os leigos estão envolvidos nessa missão: os bispos, sucessores dos Apóstolos (Christus Dominus), os presbíteros, cooperadores dos bispos, servos dos cristãos e das cristãs, dos homens e das mulheres (Presbyterorum Ordinis), que necessitam, por isso, ser formados no espirito da missão e do serviço (Optatam totius). Também são importantes pelo carisma e pelo testemunho de pobreza, obediência e castidade, os religiosos e as religiosas, que lembram a todos o Cristo, servo, pobre, casto e obediente (Perfectae caritatis). Por causa da missão de proclamar Jesus Cristo, luz das nações, a Igreja tem que dialogar com os outros: os judeus, irmãos na fé, membros da aliança jamais revogada (Nostra aetate), os ortodoxos, cristãos do Oriente (Orientalium ecclesiarum). E para que essa proclamação seja um perene testemunho da unidade querida e suplicada pelo Cristo sofredor (cf. Jo 17) no jardim das Oliveiras, deve ser esse o desejo de toda a Igreja (Unitatis redintegratio). Assim, a Igreja dará testemunho a todos de comunicação da Palavra que salva (Inter mirifica), de educação e formação dos católicos na fé cristã (Gravissimum educationis) e de respeito à liberdade religiosa, respeitando a dignidade da pessoa humana (Dignitatis humanae). Na verdade, o Concilio Vaticano II foi uma ruptura com um tempo, mas a fé continua a mesma: “Cristo é o mesmo, ontem, hoje e sempre”. Por isso, é importante conhecer a história da preparação do Concílio, como era o tempo da Igreja antes do Concílio, o modo como era ensinada a doutrina, como era feito o nexo das verdades de fé. O jubileu proposto pelo Papa para a Igreja será uma oportunidade para conhecer melhor o Concílio e assim reafirmar nossa fé em Jesus Cristo, nosso Salvador: Credo sacrum Concilium.



                                                                                                            Pe. Paulo Henrique da Silva

                                                             Paróquia de Santa Clara – Professor de Teologia da FAHS



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